Revista no. 24 - Especial de Verão por Letícia Rocha
Ao longo do ano, a bancada vai dando sinal do que a natureza oferece. Há momentos coloridos, outros nem tanto, e nada supera esta época: caqui, jabuticaba, morango, lichia. Tudo fresco, tudo cheiroso. Nesta lista entram ainda os diversos tipos de ameixa, pêssego, nectarina e uva. É hora também de frutas vermelhas, como amora, framboesa e cereja. E de physalis, a frutinha laranja tida como exótica e que, de uns anos para cá, começou a ganhar espaço entre os gourmets brasileiros. Mais frequentes na mesa do brasileiro estão os tropicais coco e manga, que até dá para ter o ano todo, mas atingem o ápice agora.
Mais que matar a vontade do que não tem o ano todo, há muitos outros bons motivos para apostar nas frutas da estação. Elas estão em seu melhor momento. Têm sabor e cor. “Elas também não estão tão carregadas de insumos agrícolas, como os fertilizantes usados para garantir colheita o ano inteiro e forçar produção fora da safra”, diz Marise Berg, terapeuta e culinarista com especialização em consciência alimentar, de São Paulo.
Isso sem falar nas questões sustentáveis. Nesta época, as frutas não precisam vir de tão longe e não demandam logísticas complicadas, com longos transportes que afetam a questão ambiental. “Engloba ainda aspectos como o solo, o sol, a chuva, o trabalho de quem planta e colhe, transporta, prepara, além do consu- mo de recursos do planeta usados para a produção dos alimentos”, afirma Marise, que também é graduanda em nutrição e autora do blog Ayurvedicamente (ayurvedicamente.com.br). É por meio desse canal que a especialista, formada pela International Academy of Ayurveda, na Índia, compartilha informações sobre saúde, alimentação e, claro, muitas receitas.
Todos os pratos que Marise divulga em seu blog são criados e testados na cozinha de sua casa. Tantas provas têm explicação: ela é adepta da Ayurveda, um dos sistemas de saúde mais antigos da humanidade, que prega, entre muitas coisas, longevidade, vitalidade, saúde física, mental e emocional. Com base nessa filosofia, a alimentação tem papel vital.
Na prática, a Ayurveda não mistura leite e derivados com frutas. Por isso, Marise conta que é sempre um desafio gerar receitas apetitosas sem creme de leite ou leite condensado. “Como opção, uso as castanhas, que têm sabor delicado e refinado e tornam as receitas mais leves e saudáveis”, diz.
TRUNFOS DE UMA COZINHEIRA
Marise combina as frutas da época com especiarias que adicionam sabor e aromas inusitados às preparações. “Penso em melhorar a percepção sensorial, estimulan- do nossa potência digestiva e tornando dispensável a adição de açúcar”, afirma a terapeuta. Entre os curingas em sua cozinha estão o melado de cana, rico em ferro e usado como substituto do mel. Segundo algumas linhas de pensamento, o mel não pode ser levado à fervura, pois perde propriedades terapêuticas e libera toxinas. Outro trunfo de Marise é o uso de ágar-ágar, uma alga rica em fibras, com alto poder de gelatinização, que ajuda na absorção mais lenta dos carboidratos (o açúcar) das frutas. “Com ela ainda dá para fazer uma gelatina em casa e fugir da artificial, que, nutricionalmente, é bem pobre.”
Foi com ela que Marise fez o sorbet de amoras orgânicas (uma das receitas que ilustram esta reportagem). “É um preparo todo natural e versátil”, diz. “Se apenas gelar, será uma gelatina; se congelar, um sorbet.” Para mostrar a potencialidade das frutas da estação, a culinarista ainda desenvolveu especialmente para a revista Natural da Terra outras cinco receitas: creme de manga e yacon com granola de amêndoas e cardamomo; frutas assadas com lavanda; e figos assados com flan de avelãs. Entre as bebidas estão um shake de framboesas e capim-santo; e um chá refrescante de hortelã com coco ralado fresco. Difícil é não se render a esses sabores.
Ao longo do ano, a bancada vai dando sinal do que a natureza oferece. Há momentos coloridos, outros nem tanto, e nada supera esta época: caqui, jabuticaba, morango, lichia. Tudo fresco, tudo cheiroso. Nesta lista entram ainda os diversos tipos de ameixa, pêssego, nectarina e uva. É hora também de frutas vermelhas, como amora, framboesa e cereja. E de physalis, a frutinha laranja tida como exótica e que, de uns anos para cá, começou a ganhar espaço entre os gourmets brasileiros. Mais frequentes na mesa do brasileiro estão os tropicais coco e manga, que até dá para ter o ano todo, mas atingem o ápice agora.
Mais que matar a vontade do que não tem o ano todo, há muitos outros bons motivos para apostar nas frutas da estação. Elas estão em seu melhor momento. Têm sabor e cor. “Elas também não estão tão carregadas de insumos agrícolas, como os fertilizantes usados para garantir colheita o ano inteiro e forçar produção fora da safra”, diz Marise Berg, terapeuta e culinarista com especialização em consciência alimentar, de São Paulo.
Isso sem falar nas questões sustentáveis. Nesta época, as frutas não precisam vir de tão longe e não demandam logísticas complicadas, com longos transportes que afetam a questão ambiental. “Engloba ainda aspectos como o solo, o sol, a chuva, o trabalho de quem planta e colhe, transporta, prepara, além do consu- mo de recursos do planeta usados para a produção dos alimentos”, afirma Marise, que também é graduanda em nutrição e autora do blog Ayurvedicamente (ayurvedicamente.com.br). É por meio desse canal que a especialista, formada pela International Academy of Ayurveda, na Índia, compartilha informações sobre saúde, alimentação e, claro, muitas receitas.
Todos os pratos que Marise divulga em seu blog são criados e testados na cozinha de sua casa. Tantas provas têm explicação: ela é adepta da Ayurveda, um dos sistemas de saúde mais antigos da humanidade, que prega, entre muitas coisas, longevidade, vitalidade, saúde física, mental e emocional. Com base nessa filosofia, a alimentação tem papel vital.
Na prática, a Ayurveda não mistura leite e derivados com frutas. Por isso, Marise conta que é sempre um desafio gerar receitas apetitosas sem creme de leite ou leite condensado. “Como opção, uso as castanhas, que têm sabor delicado e refinado e tornam as receitas mais leves e saudáveis”, diz.
TRUNFOS DE UMA COZINHEIRA
Marise combina as frutas da época com especiarias que adicionam sabor e aromas inusitados às preparações. “Penso em melhorar a percepção sensorial, estimulan- do nossa potência digestiva e tornando dispensável a adição de açúcar”, afirma a terapeuta. Entre os curingas em sua cozinha estão o melado de cana, rico em ferro e usado como substituto do mel. Segundo algumas linhas de pensamento, o mel não pode ser levado à fervura, pois perde propriedades terapêuticas e libera toxinas. Outro trunfo de Marise é o uso de ágar-ágar, uma alga rica em fibras, com alto poder de gelatinização, que ajuda na absorção mais lenta dos carboidratos (o açúcar) das frutas. “Com ela ainda dá para fazer uma gelatina em casa e fugir da artificial, que, nutricionalmente, é bem pobre.”
Foi com ela que Marise fez o sorbet de amoras orgânicas (uma das receitas que ilustram esta reportagem). “É um preparo todo natural e versátil”, diz. “Se apenas gelar, será uma gelatina; se congelar, um sorbet.” Para mostrar a potencialidade das frutas da estação, a culinarista ainda desenvolveu especialmente para a revista Natural da Terra outras cinco receitas: creme de manga e yacon com granola de amêndoas e cardamomo; frutas assadas com lavanda; e figos assados com flan de avelãs. Entre as bebidas estão um shake de framboesas e capim-santo; e um chá refrescante de hortelã com coco ralado fresco. Difícil é não se render a esses sabores.
FIGOS ASSADOS
COM FLAN DE AVELÃS 8 PORÇÕES
1/2 xícara (chá) de avelãs
(sem a casca dura)
800 ml de água filtrada
3 colheres (chá) de ágar-ágar
1 colher (chá) de extrato de baunilha 4 unidades de figos
4 colheres (chá) de melado de cana 4 ramos pequenos de alecrim fresco
Modo de preparo
1 Deixe as avelãs de molho em 400
ml de água por 2 horas. 2 Escorra a água, adicione mais 400 ml de água e bata no liquidificador. 3 Coe em uma peneira e despreze as fibras. 4 Cozinhe o “leite” de avelãs com o ágar-ágar por 2 minutos; depois da fervura, adicione o extrato de baunilha. 5 Coloque em forminhas de empada e deixe descansar por 2 horas na geladeira. 6 Higienize os figos e corte cada um em 4 partes. 7 Em ramequins individuais, coloque 1 figo cortado em quatro, 1 colher (chá) de melado de cana, deixando-o escorrer pelos pedaços da fruta, e finalize com um ramo pequeno de alecrim fresco. 8 Asse em forno preaquecido a 230 oC, por 8 minutos. 9 Desenforme os flans e sirva com os figos regados com a calda de melado que se formou no fundo dos ramequins. 10 Enfeite com alecrim.
Conheça mais receitas em:
Creme de mangaChá refrescante de hortelã com coco
Shake de framboesas e capim santo
Parabéns pela reportagem!
ResponderExcluirAdoro teu blog, é muito útil e interessante. Cheguei aqui através do blog da Sílvia.
Abraço e bom fim de semana,
Marília
Oi querida. Muito obrigada pelo feedback. Um grande abraço.
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